sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Museu é pequeno a Aldeia é maior.


Recebi da amiga Emilena Denicol o convite para o Sarau da Aldeia e externo para vocês também. O tema envolve o futebol, assunto em evidência e cá, já estou visualizando os meios fios da cidade, pintadinhos de verde e amarelo.

Momentos do Pré-Lançamento do Danilo, sua mochila e seus amigos da Neida

Estive presente no Pré-Lançamento do livro da escritora Neida Rocha de Canoas. O evento aconteceu nas dependências da Biblioteca Pública de Canoas com a presença de escitores locais e professores da rede de ensino público. A autora explicou como foi a criação de sua obra e o processo  das edições. do seu livro. Imagens recebidas da Neida e confira mais no seus site http://www.neidarocha.com.br/

Mais um pouco de Cecília

"Tenho fases como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha."
Cecília Meireles

A Caminhada Noturna foi cancelada

Pois é gente, não aconteceu a Caminhada Noturna e fui até lá de mochilinha, tri hapy e ao chegar lá,  o recepcionista do Cultural me informou que a Caminhada foi cancelada, por estar desprotegida, já que a guarda municipal não iria acompanhar o evento.Hum... nos três pontinhos tive intervalos desejosos de muitos  aiiiiiiiissss e uiiiiiiiiiisssss, mas que nada (uma ova), balbuciei um
-que pena, então tchau né - e desci a ladeira.
Na curva da ladeira encontrei uma casa de material elétrico (adoro as luzinhas destas casas), como tem coisa nova e  interessante. Bisbilhotei as coisas rapidinho e continuei na ladeira da Borges, com as pessoas passando feito papa léguas, e eu junto.
Atravessei o mercado ouvindo os "pode chegar, freguesa" das bancas locais,  aroma especial tem o lugar e quem é acostumado a comprar lá, deve conhecer as boas especiarias (lembrei de minha mãe)de cada uma delas. Já estou no caminho certo então.
Andando e lembrando o que ouvi na semana "Porto Alegre é um lugar cinzento e perigoso", ainda bem que eu não acho.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Caminhada Noturna em Porto Alegre



2ª edição de 2010 da Caminhada Noturna de Porto Alegre será no dia 19 de Maio


O passeio está marcado para as 18h30min, com saída do Instituto Cultural rumo à Câmara Municipal de Porto Alegre.
Iniciado no ano passado, o projeto “Caminhada Noturna pelo Centro Histórico de Porto Alegre” é uma realização do Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano e da Câmera Viajante – Escola de Fotografia, em conjunto com a Associação do Centro Histórico, a Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, a Câmara Rio-Grandense do Livro, a Casa de Cultura Mário Quintana, o Conselho Internacional Monumentos e Sítios, o Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo, o Gabinete do Vereador Adeli Sell, o Instituto de Arquitetos do RS, o Memorial do Ministério Público, o Memorial do Judiciário do RS, o Museu Júlio de Castilhos, o Solar dos Câmaras de Porto Alegre e o Projeto Monumenta.




Nesse mês de maio, a Caminhada Noturna ocorrerá no dia 19, às 18h30min. O roteiro começa na sede do Instituto Cultural (Rua Riachuelo, 1257) e passará pela rua General Câmara, seguindo até a avenida Mauá, na “Porta da Cidade”. Após passar pelo famoso muro da Mauá e pelos Armazéns do Cais do Porto, os participantes chegarão à avenida João Goulart, na Usina do Gasômetro, fazendo o contorno da curva à esquerda para chegar ao destino final – onde se conhecerá um pouco mais da história da Câmara Municipal de Porto Alegre. Representantes das instituições parceiras serão os guias do passeio.

domingo, 16 de maio de 2010

Meditação no presépio




Cecília Meireles





Quando São Francisco de Assis inventou o primeiro presépio, e falou das coisas do céu numa gruta, dizem que, ao ajoelhar-se, desceu-lhe aos braços estendidos um Menino todo de luz. O Santo Poeta colocara ali apenas umas poucas imagens: as da Sagrada Família, a do irmão jumento e a do irmão boi. O áspero cenário de pedra tinha a nudez franca da pobreza, a rispidez dos desertos do mundo, o recorte bravio dos lugares de sofrimento. Aí, o Menino de luz pode descer, porque ele vinha para ensinar caminhos difíceis, e restituir às coisas naturais da terra o sentido da sua presença na ordem universal.



O amor humano é um perigoso jogo. Por amor, os homens foram construindo presépios ao longo do mundo, e já não lhes bastava a pedra desguarnecida: queriam recobri-la do ornamento da sua devoção. Trouxeram folhagens e flores, dispuseram frutos e pássaros, desceram o céu, num pálio de seda azul, colheram as estrelas, dos ramos que se alongam na noite. Caçaram a lua, no meio da sua viagem, e pescaram o sol, redondo peixe de nadadeiras flamejantes.



Não lhes bastaram, porém, ainda, esse convite e essa conquista, no reino dos adornos da natureza. Convocaram os habitantes do mundo para uma adoração geral. Trouxeram os pastores, que deviam ser os vizinhos mais próximos da feliz manjedoura; trouxeram os lavradores e os artífices, de acordo com as imaginárias relações da família do recém-nascido.



Mas era preciso não esquecer os Profetas, anunciadores do acontecimento, e das ruas da Bíblia os fizeram descer com suas barbas, seus cajados, suas visões e ainda cheios de voz.



Os Reis vieram por si, de olhos postos na Estrela; e como os Reis traziam os camelos; e os pastores, carneiros, também os Profetas arrastaram leões, e cabras sem defeito — e depois, em muita confusão, toda besta que remói, umas de unha fendida, outras não; e até os animais que caminham sobre o peito e os que têm muitos pés e ainda assim se arrastam pelo chão.



E, puxados uns pelos outros, vieram o cavalo e a mula, o cão e o elefante, o macaco, a hiena, o chacal e o leopardo, e o imundo crocodilo, com a cordilheira dos seus dentes, e a lagosta abominável, sem escama nem barbatana.



Foi talvez a lagosta que açulou os apetites, e os nobres italianos, com aquela pompa que o Renascimento lhes incutiu, trouxeram para os presépios a escamosa alcachofra e o labiado repolho, e cachos de uvas e salsichas, e o queijo e a rosca e o vinho — tudo que o amor ama e, por amor, quer repartir.



E os Profetas trouxeram as Sibilas, e as Sibilas as Cassandras e as Medéias e as Circes, e quem sabe até onde o humano mar se iria aproximando de onda em onda, nessa aglomeração sucessiva para adorar o Menino e ornamentar o Presépio. Homero traria seus argonautas; o rei Artur, seus paladinos; Marco Polo, seus mercadores, Gengis-Khan seus guerreiros — e o negro, o chim, o índio emplumado e o friorento esquimó se acomodariam todos sem dificuldade no recinto mágico presidido por um pobre Menino celestial.



E tão bem se sentiriam que, sem desejo de regresso, iriam buscar suas casas e suas montanhas, seus rios e seus moinhos, seus arados e seus fornos, suas embarcações e suas tendas, e ali se poriam a trabalhar, ao som de doces cânticos ali mesmo inventados, e ali bailariam, com gaitas e sanfonas, adufes e harpas, ocarinas e violas e tudo quanto, com metal, corda ou sopro, é capaz de produzir um som de feitura harmoniosa, comparável ao gorjeio das aves, ao suspiro das águas, ao adejar do vento e à voz humana quando quer ser mais que linguagem.



E o sol e a lua e as estrelas ainda pareceram apagados, para tão ambiciosa festa, e as mulheres e as moças puseram-se a dançar com círios acesos nas mãos, e tudo foi recamado de ouro em pó, e cada qual começou a escolher trajos mais cintilantes, de cetins mais lustrosos, com lavores mais ricos, e do mar e da terra se desentranharam todas as coisas que brilham e deslumbram, e não houve príncipe nem sacerdote nem mercador nem escravo que não gastasse os olhos e as pontas dos dedos, cosendo em seus estofos as gemas que os tornassem mais resplandecentes.



E nesse esplendor de fitas e rendas, de colares e anéis, com os animais de chifres dourados, de testa empenachada, de manto lavrado e guarnições de fina cinzelura, até se recordou que o Menino não podia estar ali despido como simples deus humanado — e teceram-lhe camisinhas e envolveram-no em brancas sedas, e para a tímida Virgem e o submisso carpinteiro trouxeram finas roupagens esmaltadas de cintos e fivelas, com barras de arabescos e densas pregas faustosas.



E as belas canções subiam como, nas hastes gladioladas, abrem os lírios verticalmente, de salto em salto.



E houve assim uma existência de amor, e alguém pensaria estar o mundo apaziguado, e a família terrena compreendida e satisfeita, trabalhando e cantando, bailando e dormindo tendo em redor de si a parede rústica do Presépio.



Mas, na verdade, a parede do Presépio deixara de existir. O que havia eram muitas paredes, de palácios e de mosteiros, de chácaras e de cozinhas de quartéis e de fábricas, de lojas e de manicômios.



Porque essa humanidade se arruinou e adoeceu; esqueceu-se que a oferenda não lhe pertencia, e estendeu a mão para a alcachofra e para a lagosta, para o cavalo do guerreiro e a coroa do suserano, e o que tocava cítara quis brandir espada, e o que varria o estábulo apoderou-se da cítara.



De modo que se chegou a ver o legionário romano, de agulha e dedal, bordando flores sobre cetim, e as dríades empunhando lanças, e os javalis sentados em cadeiras de ouro, abanados por leques de plumas.



Ninguém mais podia amar a sua oferta, mas a do seu vizinho; e já não amava com amor de dar, mas com amor de possuir. E não houve mais quem se despojasse, mas só quem apreendesse.



Notou-se que o sol e a lua e as estrelas não tinham mais sua substância própria: eram de ouro e de gemas, eram pintados e incrustados; não se moviam nem aqueciam mais.



Notou-se que os cantores tinham ficado melancólicos e a dança não se levantava em asas tênues: arrastava caudas fúnebres, patas desconfiadas, pontas de espadas surdas.



E aquilo que foi um Presépio era um mundo de contradições, sem equilíbrio nem sentido. Os Profetas eram

alucinados — e as Sibilas, dementes; os Reis, uns conquistadores mesquinhos; os guerreiros, uns assassinos convictos.



Nuvens de seda e pó de danças toldaram a íntima, pequena cena de um nascimento sobrenatural. Tudo tinha ficado mais importante que o Menino chegado para ensinar o amor. Tudo tinha formado sucessivos planos, anteriores uns aos outros, sobrepostos uns aos outros, escondendo-se uns aos outros, num amontoado de riqueza, ambição, prepotência, vaidade, cobiça, rapina, mentira, traição e ódio.



E tudo isso foi desabando por si mesmo, porque estava armado sem fundamento; e viram-se os Profetas fugitivos, arrastando os animais santificados e os imundos; e as Sibilas recolhiam seus oráculos perdidos, e as Medéias e as Circes enrolaram seus velhos feitiços; e os que tinham vindo por engano choraram pelas palavras que tinham entendido; e os que tinham vindo por verdadeiro amor deixaram pender a cabeça, e foram empurrados na onda devastadora, porque o amor é distraído e desatento de si, sem agressão nem defesa, e fica sempre esmagado, no torvelinho dos atropelos.



Mas quando tudo ruir completamente, — porque sempre chegam novos forasteiros ao Presépio, e cada um se diz o único verídico, o mais sincero e o mais poderoso, o mais rico e o mais fiel — quando tudo ruir completamente, o Menino continuará na sua gruta, com a sua família humilde, o irmão boi e o irmão jumento, para recomeçarem a vida, na simplicidade humana das coisas naturais e universais.



E se outro São Francisco se ajoelhar na gruta rústica, o Menino virá todo em luz aos seus braços, porque só o Santo Poeta entendia dessa irmandade geral do céu e da terra, e da graça de todos os despojamentos, e da alegria de não precisar ter, pela contemplação de todos os enganos, e da leveza da vida em expressão absoluta.



(Rio de Janeiro, revista “Rio”, Dezembro de 1946)







Texto extraído do livro “Cecília Meireles - Obra em Prosa - Vol. 1”, Ed. Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 192.


http://www.releituras.com/

Fonte do Site

sábado, 15 de maio de 2010

Oi gente, a correria é tanta, que o tempo fica curtinho na postagem do blog, mas registro o convite da escritora Neida Rocha, agora na terça- feira. Ela desenvolve um projeto muito legal com um ótimo retorno.



Neida Rocha (Escritora e Poetisa)CONVITE


Pré-lançamento do livro infantil

DANILO, SUA MOCHILA E SEUS AMIGOS



(Espanhol/Português)

A edição do livro foi possível graças à Lei Rouanet

e sua publicação total (2.200 exemplares)

será distribuída nas escolas públicas do município de Canoas.

(CADA ESCOLA RECEBERÁ 20 EXEMPLARES)



DATA: 18/05/2010 – ÀS 15 HORAS

AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL

CANOAS/RS