Com a sensibilidade mais aguçada, a gente tem a tendência de buscar a calma e o sossego de estar em nossa própria companhia, momento de introspecção e um rápido isolamento, acaba deixando os nossos amigos preocupados, diria meio que curiosos, querendo a vitrine, enquanto estamos apenas nos enriquecendo interiormente, deixando para se envolver apenas com atividades coletivas e grupais que nos interessem.
As amizades e as relações que tenham interesse em comum são o foco, qualidade de vida e as questões sociais com ideais elevados também, transformando assim o nosso afeto num sentimento universal e abrangente.
Pressões e milhos endurecidos ficam na trajetória do passado, o nosso presente, é o melhor "presente" para o futuro, o nosso afeto mais íntimo é preservado e compartilhado a dois, maturidade requer isso.
Ah, já manter a alegria , é um estágio da alma, vem anexada nela ao nascermos, nosso sorriso está sempre pronto, independente dos problemas que encontramos, ao seu tempo, eles vão sendo resolvidos e ... "a paciência é uma virtude, um dom de Deus, é o que torna tudo firme e bem feito."
Bom sábado, gente!
Ester
sábado, 31 de julho de 2010
Continuação do Machado de Assis ... História de Bichos
"- Senhor meu. disse-me um espadarte, eu sou grato, e todos os nossos o são, ao cuidado que tivestes em trazer para aqui uma piscina, onde podemos nadar e viver - mas piscina não vale o mar; falta-nos a onda grossa e as corridas de peixes grandes e pequenos, em que nos comemos uns aos outros, e com grande alma. Isto que nos deste prova que tendes bom coração, mas nós não vivemos do bom coração dos homens. Vamos comendo, é verdade, mas comendo sem apetite, porque o melhor apetite..."
sexta-feira, 30 de julho de 2010
A Pipoca de Rubem Alves
"A Pipoca
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate, feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo- porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginiei , entretanto , que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso o que me aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalísticas. Entretanto, dias atrás , conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipocas. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um estraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria(porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...) Pão e vinho devem ser bebidos juntos.
Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, da lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé.
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois foi o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas, se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente das crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer; pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma natureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem o fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente: pense que a sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! - e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressureição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma-te!"- dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando com os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que sejam. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor- pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: quem preservar a sua vida perde-la-á. Sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira."
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate, feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo- porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginiei , entretanto , que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso o que me aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalísticas. Entretanto, dias atrás , conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas ideias começaram a estourar como pipocas. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um estraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria(porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...) Pão e vinho devem ser bebidos juntos.
Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, da lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé.
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois foi o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas, se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente das crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que isso tem a ver com o candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer; pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma natureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem o fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente: pense que a sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! - e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressureição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. "Morre e transforma-te!"- dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando com os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que sejam. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor- pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: quem preservar a sua vida perde-la-á. Sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira."
terça-feira, 27 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Machado de Assis - Continuação da História de Bichos
"Enquanto pensava, ia fechando a janela da arca e tornei depois aos animais que trouxera comigo, à imitação de Noé. Todos eles aguardavam notícias do fim. Quando souberam que não havia notícia nem fim, ficaram desconsolados.
-Mas que diabo vos importa um dia mais ou menos de chuva? perguntei-lhes. Vocês aqui estão comigo, dou-lhes tudo, além da minha conversação, viveis em paz, ainda que sois inimigos, lobos e cordeiros, gatos e ratos. Que vos importa que chova ou não chova?"
-Mas que diabo vos importa um dia mais ou menos de chuva? perguntei-lhes. Vocês aqui estão comigo, dou-lhes tudo, além da minha conversação, viveis em paz, ainda que sois inimigos, lobos e cordeiros, gatos e ratos. Que vos importa que chova ou não chova?"
domingo, 18 de julho de 2010
Vida real
A vida da gente é rodeada por círculos em que circundamos, mas as nossas mãos são dadas a quem achamos que merecemos dar. Muitos não merecem nem menos um aperto de mão, conviver em sociedade requer habilidade de lidar com os lobos e cordeiros.
Uns enchem a boca para falar de ética, aí está o receio, porque salientar tanto algo, é afirmação?
Outros nem passam por ela, evitam e cortam caminhos, olhos cabisbaixos, desdenham e gemem de inveja por aqueles que caminham de cabeça erguida, que trabalham e querem o bem comum de todos, indiferentes às questões partidárias, afinal são cidadãos do mundo.
À esse pessoal eu tiro o chapéu, a boina, a touca ou seja lá o que for, menos o penso, este é único e me faz sonhar na realização de muita gente.
Lembre-se: meu abraço sempre foi verdadeiro, acreditei e acredito sempre no teu melhor, por isso te olho nos olhos.
Uns enchem a boca para falar de ética, aí está o receio, porque salientar tanto algo, é afirmação?
Outros nem passam por ela, evitam e cortam caminhos, olhos cabisbaixos, desdenham e gemem de inveja por aqueles que caminham de cabeça erguida, que trabalham e querem o bem comum de todos, indiferentes às questões partidárias, afinal são cidadãos do mundo.
À esse pessoal eu tiro o chapéu, a boina, a touca ou seja lá o que for, menos o penso, este é único e me faz sonhar na realização de muita gente.
Lembre-se: meu abraço sempre foi verdadeiro, acreditei e acredito sempre no teu melhor, por isso te olho nos olhos.
Trechos das Crônicas Escolhidas Machado de Assis - Folha de São Paulo
História de Bichos - 01-julho-1894
"Quinta-feira de manhã fiz como Noé, abri a janela da arca e soltei um corvo. Mas o corvo não tornou, de onde inferi que as cataratas do céu e as fontes do abismo continuavam escancaradas. Então disse comigo: As águas hão de acabar algum dia. Tempo virá em que este dilúvio termine de uma vez para sempre, e a gente possa descer e palmear a Rua do Ouvidor e outros becos. Sim, nem sempre há de chover. Veremos ainda o céu azul como a alma da gente nova. O sol, deitando fora a carapuça, espalhará outra vez os grandes cabelos louros. Brotarão as ervas. As flores deitarão aromas capitosos."
"Quinta-feira de manhã fiz como Noé, abri a janela da arca e soltei um corvo. Mas o corvo não tornou, de onde inferi que as cataratas do céu e as fontes do abismo continuavam escancaradas. Então disse comigo: As águas hão de acabar algum dia. Tempo virá em que este dilúvio termine de uma vez para sempre, e a gente possa descer e palmear a Rua do Ouvidor e outros becos. Sim, nem sempre há de chover. Veremos ainda o céu azul como a alma da gente nova. O sol, deitando fora a carapuça, espalhará outra vez os grandes cabelos louros. Brotarão as ervas. As flores deitarão aromas capitosos."
terça-feira, 13 de julho de 2010
Saúde e bem-estar infantil
Transforme um BIG MAC em sorrisos no dia 28 de agosto é a campanha do Instituto do Câncer Infantil que estará participando do McDia Feliz. Participe com a sua família e convide seus amigos, vizinhos, colegas de trabalho para colaborarem com a campanha. A renda será revertida ao ICI-RS.
Fonte: Site da Biblioteca da Escola Estadual Técnica em Saúde de HCPA.
Fonte: Site da Biblioteca da Escola Estadual Técnica em Saúde de HCPA.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Leituras
"Não me mostre o que esperam de mim porque vou seguir meu coração, não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual porque sinceramente sou diferente.......Não copie uma pessoa ideal , copie a você mesma........ O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo."
Lendo o que Hilda Simões Lopes Neto escreveu sobre um tema que trata do momento atual, onde nunca se viu tantas contradições, destaquei acima um dos trechos de Clarice Lispetor e abaixo os de Hilda, "perceba os paradoxos e pense como nunca o homem foi tão poderoso para o bem e para o mal..... Clarice não enxergava a desumanidade do social mas sim a das almas, punha a mão na fome da integridade e não na de comida, gritava pela ausência de ser e não pela de saúde e saneamento."
Lendo o que Hilda Simões Lopes Neto escreveu sobre um tema que trata do momento atual, onde nunca se viu tantas contradições, destaquei acima um dos trechos de Clarice Lispetor e abaixo os de Hilda, "perceba os paradoxos e pense como nunca o homem foi tão poderoso para o bem e para o mal..... Clarice não enxergava a desumanidade do social mas sim a das almas, punha a mão na fome da integridade e não na de comida, gritava pela ausência de ser e não pela de saúde e saneamento."
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Nossa Seleção
Pois é... depois do segundo tempo a nossa seleção desmoronou e rola na internet um refrão "restou um Dunga, onze sonecas e cento e noventa milhões de zangados." Mas 2014 é logo ali e com certeza será mais de cento e noventa esperançosos em nova torcida.
domingo, 4 de julho de 2010
3º Concurso Cidade de Gravatal de Literatura Conto-Poesia
A Prefeitura da cidade de Gravatal está promovendo o 3º Concurso Cidade de Gravatal de Literatura, confira mais no site da http://www.ages.org.com.br/
sexta-feira, 2 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
A poesia de Hilda Hilst
Árias pequenas. Para Bandolim
de Hilda Hilst
Antes que o mundo acabe, Túlio,
Deita-te e prova
Esse milagre do gosto
Que se fez na minha boca
Enquanto o mundo grita
Belicoso. E ao meu lado
Te fazes árabe, me faço israelita
E nos cobrimos de beijos
E de flores
Antes que o mundo se acabe
Antes que acabe em nós
Nosso desejo.
de Hilda Hilst
Antes que o mundo acabe, Túlio,
Deita-te e prova
Esse milagre do gosto
Que se fez na minha boca
Enquanto o mundo grita
Belicoso. E ao meu lado
Te fazes árabe, me faço israelita
E nos cobrimos de beijos
E de flores
Antes que o mundo se acabe
Antes que acabe em nós
Nosso desejo.
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